sábado, 9 de maio de 2020

Menino de Rua

Este poema foi vencedor em 1º lugar do Prêmio Nacional de Poesia pelos 101 anos da Academia Fluminense de Letras de 2018.

Um domingo comum, 
Era um dia normal,
E no chão restava um,
Em posição fetal!
Num pedaço de pano,
Um menino encoberto,
Como dorme todo ano,
Sempre a céu aberto!

Seguindo seus caminhos,
Pessoas passam por ele,
Como pássaros em ninhos,
Ninguém repara naquele!

No calçadão da praia,
O menino ali dormia,
Era mais uma vaia,
De tudo que corria...

E, em sonhos se perdia,
Dormindo assim simplesmente,
Nas lembranças, na alegria,
De uma imagem inconsciente!

E recostado no abrigo,
Era mais um cachorro,
Esperando seu amigo,
Que descia lá do morro!

E dorme o sonho dos justos,
O menino agora perdido,
No céu correto dos bustos,
Em mais um dia sofrido!

Sem escola, sem família,
Menino órfão, de rua,
Sozinho nesta ilha,
E os olhos fechando a lua!

3 comentários:

  1. Esse poema é um retrato dos dias atuais principalmente com o desgoverno atual onde o sarcasmo substituí a empatia.
    Não sejamos uma ilha!



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    Respostas
    1. Verdade, Lurdes! Muito triste que tenhamos que conviver com essa realidade, da pobreza, do descaso e das desigualdades.

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  2. Esse poema é o retrato perfeito dos dias atuais onde o desgoverno substituí a empatia pelo sarcasmo.
    Não sejamos uma ilha!

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